Inicialmente gostaria de salientar que o fato em torno do Soldado Ilson Juliano de Almeida Vieira, envolve a Brigada Militar desde o dia 03 de julho de 2013, quando tivemos notícia do seu desaparecimento. Nada temos a questionar quanto a um grupo de pessoas que não são policiais militares, bombeiros, policiais civis ou integrantes da Defesa Civil municipal ou estadual, estarem engajados na busca ao nosso ...colega Sd Almeida.
Durante os dias de buscas, uma equipe gestora foi formada pelo Colégio Tiradentes, Corpo de Bombeiros e Esquadrão de Polícia Montada de São Gabriel, para gerenciar as atividades. Contamos com apoio durante este período, do Grupamento Ambiental de São Gabriel, Batalhão de Operações Especiais de Santa Maria, Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar de Santa Maria e Porto Alegre e do Batalhão de Aviação da Brigada Militar, que usou o aeroporto do município como base de pouso e decolagem.
Se fôssemos contabilizar o número de efetivos empregados durante os dias em que oficialmente o período de buscas durou, poderíamos dizer que mais de 200 policiais militares foram usados na atividade. Além disto, foram envolvidos os municípios de São Gabriel, Lavras do Sul, Santa Margarida do Sul, Dom Pedrito e Bagé, de forma diária na coleta de informações sobre o possível paradeiro do soldado, além do trabalho com agentes de inteligência da corporação.
Desta forma opiniões levianas sobre a “falta de interesse” na tentativa de encontrar nosso colega são totalmente infundadas e desprezíveis, pois em nada ajudam na solução do problema. Estamos trabalhando diariamente na solução deste problema e ainda continuamos com nossas atividades de rotina, pois nosso colégio “não pode paralisar as aulas”, assim como os bombeiros e o policiamento ostensivo também não podem parar com suas atividades normais de zelar pela segurança nos nossos munícipes.
Pergunto-me até quando vamos manter este pensamento leviano de agir de acordo com opiniões de outros que nem participam ativamente da solução do problema que ora enfrentamos, pois apenas se rogam em “mal falar” as instituições.
Questionamos qual o dia que a nossa população vai mudar a história do jogo e perguntar se não foi efetivo demais para procurar uma só pessoa, se quando outra pessoa qualquer desaparecer, não porque se perdeu, mas porque talvez tenha “saído campo a fora” como se diz, se perguntem: “agora quero ver se teremos duzentos homens procurando o filho do proprietário da borracharia!” Se assim pensarmos poderíamos mudar o rumo desta história e de outras tantas. Será que esta é a forma correta de questionar ou de pensar sobre tudo o que acontece, pelos olhos, bocas e ouvidos de quem sequer esteve próximo da situação?
Ouve-se das mais variadas perguntas como por exemplo uma contida em um meio de comunicação: Se fosse o cachorro de uma madame com certeza teriam encontrado, mas como é só um soldado ninguém está dando atenção. Pensamentos como estes beiram o ridículo e deveriam calar antes de serem proferidos.
Volto a frisar que no caso das buscas pelo soldado, rezamos pelas orientações e técnicas internacionais de buscas, utilizadas pelo Corpo de Bombeiros, bem como pelas técnicas da atividade policial militar. Nos questione quem tenha conhecimento técnico na área, porque caso contrário estaremos perpetuando o jargão conhecido no nosso país que cada “brasileiro é um técnico de futebol da seleção do Brasil”.
Todos sempre possuem a solução para tudo, mas pouquíssimos, repito, pouquíssimos auxiliam e quando o fazem é para literalmente “colocar lenha e atiçar o fogo!” Para finalizar quanto ao nosso soldado, que percebemos os mais variados tipos de comentários desabonatórios quanto à sua conduta, estado físico e psíquico, pronunciados nos mais diversos meios de comunicação blogal, de pessoas que nem o conhecem e reproduzem o que ouvem sem saber, ainda continuamos as buscas, salientando que ninguém sabe o seu atual estado de saúde física ou mental. Não sabemos se possui nitidez de pensamento, se está desorientado, se esqueceu quem é ou se não quer ser encontrado por um ou outro motivo. Pedimos que todas aquelas pessoas que dizem que nada estamos fazendo, que nos auxiliem de alguma forma concreta, saudável e útil, pois até agora nada fizeram a não ser atiçar a opinião pública com inverdades.
O que não é aceitável, reveste-se da forma pela qual as palavras são colocadas a respeito do fato em si, o que questionamos qual a razão de ser referido como “não se prestou para solicitar um helicóptero ou reforço do Exército” (grifo nosso). Esta não é uma forma cortês de ser tratada esta situação, pois comando não se “presta”, solicita, age ou pede. Sobre este assunto gize-se que os dois aparelhos que nossa corporação possui estavam em manutenção a vários dias, pois estavam com as horas de vôo preenchidas, portanto seguindo normas de aviação da ANAC para este tipo de aparelho.
Além disto, o uso de aeronave ocorreu com a utilização de avião do Batalhão de Aviação da Brigada Militar, atendendo à finalidade que possuía o uso deste tipo de aeronave. Portanto, quem desconhece a técnica policial em buscas e salvamentos com o uso de aeronaves nada tem a falar com propriedade, somente com opiniões próprias ou que possa ter ouvido de outrem.
Com relação à “possível instabilidade” no Colégio Tiradentes, não percebemos qual instabilidade é referida, porque se alguma turma de alunos está com problemas, são problemas que raramente outras escolas são afetadas por elas não?
Nosso Colégio não encontra grupo de alunos “matando aula” na frente do prédio ou nas praças e calçadão do nosso município. Nosso colégio não possui atos violentos de alunos contra alunos na via pública ou no interior do nosso prédio ou ainda contra professores. Nossos alunos não são reconhecidos na rua por estarem produzindo algum ato infracional tipificado no ECA ou se postam como alguns adolescentes que toda a população percebe nas nossas vias públicas. Pergunto qual aluno nosso está entrando em algum estabelecimento de comércio de bebidas e comprando direta ou indiretamente bebida alcoólica para consumir ao redor da praça central?
Não vejo instabilidade em um Colégio Militar ser regido de acordo como um Colégio Militar. Dizer que cobramos demais é totalmente descabido, entretanto aceitamos que algumas pessoas demoram um pouco mais para se adequar a uma nova rotina. Nosso colégio não é um Colégio como qualquer outro, sem desmerecer qualquer que seja. Temos regras e apenas seguimos as regras e ensinamos a todos a importância de seguirmos as regras, porque se clamamos tanto por uma sociedade mais justa, que o “bandido seja preso”, que as leis sejam cumpridas, que os gestores sejam gestores, somos os primeiros a não querer que nossos filhos sigam as regras?
Estas pessoas que se acolhem do denuncismo para tentar voltar a opinião pública contra uma instituição ou seu representante, com certeza dão belos exemplos aos seus filhos, pois no ocultismo de suas ações não possuem o caráter forte para, de forma civilizada, ordeira e transparente, dirimir suas dúvidas, sugerir mudanças ou até mesmo receber um sim ou não como resposta. Onde reside então o “sério problema de gestão” que está influenciando no rendimento do colégio? Alguém analisou a gestão publica deste OPM e diagnosticou o problema de gestão, se é que existe? Ou se baseia em um ou dois fatos específicos.
Recentemente tivemos grupo de pessoas em nosso colégio queixando-se de comportamentos de professores e alunos. Isto é problema de gestão?
Nosso rendimento escolar não decaiu, muito pelo contrário, está aumentando pois nosso número de alunos com retenção escolar (repetentes) está diminuindo ano a ano, assim como tivemos mais de 50% dos nossos alunos concluintes do ensino médio em 2012, aprovados no vestibular, em alguma universidade, nos diversos processos de ingresso. Saliento também qual o pai ou mãe que tenha problema de relacionamento diga que tipo de problema seria. Não me recordo de alguma pessoa que tenha sido tratada sem observância da cidadania ou direitos humanos; não me recordo de alguém ter recebido tom de voz alterado durante tratativa com qualquer um dos oficiais deste OPM, de não ter recebido alguém em nosso gabinete ou em qualquer outra dependência do nosso colégio.
Sabemos que algumas pessoas que contumazmente nos afrontam com ironias, não aceitam nossa existência neste município e ainda nos ficam comparando com outros Colégios Militares, principalmente o de Porto Alegre.
Se estes acham que estamos mal, também se juntam ao mar de pessoas que nada fazem para nada melhorar a não ser com atitudes infantis e reprováveis. Que tomem vergonha e ajudem então; ou parem de tomar nosso precioso tempo.
Nossa gestão é baseada em Indicadores de Gestão, estabelecidos pelo Ministério de Educação e Lei de Diretrizes e Bases da Educação, com planejamento estratégico e metas a cumprir! Se nós fizemos cumprir a lei e, diga-se todos deveriam, não culpem nosso colégio por assim fazer; culpem e cobrem de quem não reza o que a lei manda. Existem aqueles que desconhecem os “porquês” das decisões tomadas em um comando porque simplesmente desconhecem a Gestão de um OPM de Ensino da Brigada Militar.
Nossas portas sempre estiveram e estarão abertas para o diálogo. Apenas solicitamos às pessoas, que tenham argumentos plausíveis para analisarmos visto que o “eu acho que não podia ser assim, deveria ser de outro jeito”, não possui lugar no nosso universo se não for comprovado que este método seja melhor.
Nossos alunos não respondem para professores e não levantam da aula e simplesmente saem porque “não estão a fim”, ausentando-se do colégio para “curtir a rua”. Entretanto sabemos que para a mudança de comportamento um longo caminho deve ser trilhado, pois não muda isto de um dia para o outro.
Caso alguma pessoa tenha alguma sugestão ou crítica quanto ao proceder no nosso Colégio Tiradentes, tenha a certeza que bastaria encher seu peito com ar, criar coragem e vir até nosso encontro e nos questionar. Teremos maior prazer em atender a quem quer que seja. Somente precisamos de pessoas que não sejam anônimas e se ocultem ou usem de artifícios outros para serem levianos e simplistas.
Procuramos chegar a um nível de excelência no ensino médio dos Colégios Tiradentes da Brigada Militar e quiçá do estado, mas isto dá trabalho! Requer perseverança e planejamento e os profissionais da área de ensino, pais, mães e demais pessoas têm que aceitar as mudanças participando do processo de elaboração do planejamento e a sua execução. Alguns simplesmente param, não ajudam e se limitam a dizer que “nas outras escolas isto não funciona assim, só aqui é diferente!”. Ora, somos diferentes!
Diferentes porque queremos fazer um trabalho sério onde tantos outros não querem porque ganham mal, porque não possuem veículo, porque nosso aluno é muito crítico, porque nosso aluno anda fardado ou .... porque hoje choveu!
Por fim digo que nossa corporação, nosso Colégio Tiradentes e qualquer um dos que aqui labutam diariamente, não merecem a falta de caráter, leviandade e falta de respeito de atitudes apócrifas.
Nosso mais profundo respeito pelo nosso camarada editor do blog, Marcelo Ribeiro, pelo que sabemos que em muitos casos deve atender a demanda de informações partidas das mais diversas pessoas.
Respeitosamente,
GIOVANI PAIM MORESCO - Major QOEM Comandante do CTBM/SG.
